sábado, março 05, 2011

+A +/- -A
007 – CASSINO ROYALE (2006)
(007 - Casino Royale, ficha técnica)

Até terminar o contrato de Pierce Brosnan com a franquia 007, James Bond era conhecido por ser um quarentão galanteador, aparentemente não muito musculoso, cheio de pêlos no peito e com uma infinidade de parafernalhas tecnológicas que sempre o ajudavam a escapar de todas as emboscadas possíveis. Mesmo nas décadas de 90 e de 2000, as histórias dos filmes ainda possuíam alguma relação com a Guerra Fria, e, por isso, pareciam muito distantes da nossa realidade.


Quando Martin Campbell retomou a direção da franquia e Daniel Craig foi contratado para interpretar o famoso espião britânico, as coisas mudaram um pouco. Craig, ao ser anunciado como novo James Bond, não foi bem aceito por alguns fãs, pois era tudo o que ninguém esperava: loiro, bombado, com orelhas-de-abano e um jeito bem chucro, fugindo muito do estereótipo do personagem criado desde os tempos em que Sean Connery vivia o agente. Mas a parceria entre Campbell e Craig surpreendeu muita gente.

007 - Cassino Royale engatou na onda dos “heróis humanizados” que foi iniciada por Christopher Nolan em Batman Begins, trazendo tanto o personagem quanto a história para uma realidade muito mais próxima do mundo em que vivemos.

O roteiro, que conta com o vencedor do Oscar Paul Haggis (Crash – No Limite) como um dos escritores, trata de assuntos como terrorismo, tráfico de armas e lavagem de dinheiro, abandonando todos aqueles dilálogos bregas, cheios de frases de efeito que os filmes anteriores tinham, além das famosas cenas de ação que desafiavam as leis da física. Tudo isso transformou Daniel no melhor, mais humano, sentimental e violento Bond da história.

Além da atuação de Craig, o filme possui outras boas perfomances como Mads Mikkelsen interpretando o vilão Le Chiffre e Eva Green no papel de uma “Bondgirl” bem diferente.

Campbell assumiu todos os riscos ao realizar essa revolução necessária na franquia: os que amam Sean Connery, Roger Moore, Brosnan & cia. podem ficar chateados com a obra; os que procuram um ótimo filme de ação acabam de encontrá-lo.

Notas:
Direção:
Roteiro:
Atuação:
Nota geral:

quinta-feira, março 03, 2011

+A +/- -A
127 HORAS (2011)
(127 Hours, ficha técnica)

[Finalmente vou comentar um filme do Oscar, hehe.] Li muitos comentários negativos sobre a direção de Danny Boyle em 127 Horas e o foco da maioria dessas críticas era a edição cheia de cortes que o filme possuía, parecendo um videoclipe.

Ao contrário do que dizem por aí, acredito que essa montagem deu uma certa dinâmica, uma agilidade para o filme, sustentando-o bem durante seus 94 minutos de duração, sem deixar de lado alguns momentos de reflexão e loucura que a história podia proporcionar.

Outra coisa bem legal que resulta dessa edição "videoclípica", são alguns takes muito bonitos e diferentes, como os tirados de dentro da garrafa d’água e da filmadora digital utilizadas pelo personagem principal, interpretado por James Franco.

Para mim, o maior pecado que Boyle cometeu foi não utilizar todo o potencial que Franco tinha no papel do carismático Aron Ralston, mesmo que ele apresente um bom desempenho em algumas cenas do filme e tenha sido indicado ao Oscar de melhor ator este ano.

Diretores como Rodrigo Cortés (Enterrado Vivo) já mostraram situações tão claustrofóbicas quanto a mostrada em 127 Horas com uma edição mais simples e de forma competente; Danny Boyle arriscou algo diferente que dividiu opiniões. Eu gostei e recomendo !

Notas:
Direção:
Roteiro:
Atuação:
Nota geral:

terça-feira, março 01, 2011

+A +/- -A
AVATAR (2009)
(Avatar, ficha técnica)

Avatar não foi, é ou será um grande clássico do cinema. É um filme que começa de maneira bem real e humana para depois se transformar na mais longa e bonita propaganda de TVs de LED já feita e que usa como base a história de Pocahontas.

Os méritos de James Cameron consistem no fato d’ele ter criado um mundo fantástico, com uma língua própria (nada que o nosso amigo Tolkien já não tenha feito) e com um ecossistema extraterrestre muito bem estruturado, cientificamente falando, e tudo isso é realmente impressionante.

O roteiro possui um tema latente bem legal – a consciência ecológica – mas que não chega a causar muito impacto talvez porque foi escrito há 17 anos por Cameron. Além disso, a história é muito convencional e óbvia tornando possível traçar toda a trajetória de alguns dos personagens do começo ao fim do filme.

Estar sentado numa cadeira confortável, com um óculos 3D na cara e uma tela digital bem grande à frente pode fazer com que Avatar seja uma das mais belas e divertidas experiências cinematográficas da sua vida, mas não garanto que o filme vá muito além disso.

Notas:
Direção:
Roteiro:
Atuação:
Nota geral:

sábado, fevereiro 26, 2011

+A +/- -A
A RESSACA (2010)
(Hot Tub Time Machine, ficha técnica)

Eu juro que assisti a esse filme sem preconceito nenhum. O tema – viagem no tempo de volta aos anos 80 -, o trailer, as avaliações positivas feitas por alguns dos caras mais ‘azedos’ do ramo, tudo parecia muito bom. Mas, infelizmente, o filme não conseguiu ir além disso.

O começo até que é bem feito. Daí pra frente, A Ressaca te fuzila com uma sequência de um humor apelativo e forçado, no melhor estilo “pega no meu e balança!” de A Praça é Nossa/Controle Remoto. O roteiro, com muito esforço, consegue extrair do ótimo argumento poucas e esquecíveis piadas nonsense e outras bem óbvias que simplesmente não vingam sobre os cabelos, as roupas e as músicas da época (anos 80, como eu disse).

Assistindo ao filme em Blu Ray, as cenas parecem extramamente mal produzidas, dando a impressão de que alguns cenários são feitos de papelão e preenchidos com a mesma meia-dúzia de figurantes nas diversas cenas do filme. No fim, o filme só me proporcionou aquela sensação ruim de tempo perdido.

Numa época em que temos algumas comédias razoáveis boas saindo nos cinemas e nas locadoras como Se Beber, Não Case, a única coisa que A Ressaca merece, na minha opinião, é um lugar em algum bottom 100, fazendo companhia para os filmes da Xuxa e das gêmeas Olsen.

Notas:
Direção:
Roteiro:
Atuações:
Nota geral:

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

+A +/- -A
O GRANDE MESTRE (2008)/O GRANDE MESTRE 2 (2010)
(Yip Man 1 & 2, ficha técnica: 1 2)

Já faz um tempo que um amigo meu fã de Bruce Lee & companhia me disse pra eu assistir esse filme. O único porém foi que o nome original dele – Yip Man – me soou meio estranho no começo e, então, eu resolvi ignorar durante um tempo a dica que eu tinha recebido. Depois disso, há uns três meses, me mandaram o link da lista dos 25 melhores filmes do ano (2010) do site IMDb e, por incrível que pareça , a continuação, O Grande Mestre 2, tava lá em 12° lugar na frente de Deixe-me Entrar, Inverno da Alma, O Escritor Fantasma (de Roman Polansky ^^) e mais um monte de filmes bem conceituados e adorados pela crítica. Achei ainda mais estranho do que o nome, ver um filme de luta feito na China - perdoem-me pelo preconceito - que conta a história de um mestre não muito conhecido do Bruce Lee estar numa lista dessas. Então, resolvi assistir aos dois filmes de uma vez só para conferir o que havia de tão especial.

A direção, o roteiro e as atuações são regulares. Mas quer saber !? Os dois filmes são ótimos. Donnie Yen no papel principal interpretando o tal Yip Man ficou tão carismático, mas tão carismático, que dá vontade de abraçar o cara. As cenas de luta são muito muito bem coreografadas e diferentes do que estamos acostumados a ver, pois D. Yen utiliza muitos movimentos de mão e deixa os chutes um pouco de lado, o que, segundo um amigo meu que entende do assunto, reproduz com maior fidelidade o estilo Wing Chun.

Ambos os filmes apresentam alguns problemas principalmente no roteiro por distorcer algumas coisas sobre a vida do mestre Yip, como o fato dele ser um pai ausente viciado em ópio e possuir um caráter duvidoso antes de aprender a lutar Wing Chun. Além disso, é possível notar o uso descarado de cabos para segurar os atores nas cenas de ação mais intensas - com destaque para o 2° filme - que perdem um pouco o brilho entre muitas outras cenas mais realistas presentes no filme.

Mesmo assim, a história e as cenas de ação ainda te fazem se mexer inquieto no sofá e O Grande Mestre 1 & 2 são uma excelente pedida pra quem gosta de um bom filme de luta e não via nada desse tipo na prateleira da locadora há séculos.

Notas:
Direção:
Roteiro:
Atuações:
Nota geral: